A criatividade é um excelente recurso para a resolução de problemas no mundo corporativo. Essa habilidade permite que os times encontrem oportunidades para contornar desafios e gerar soluções inovadoras. Ela também nos ajuda a ver os problemas sob outra perspectiva.
Ou seja, a imaginação contribui para encontrarmos novas abordagens e estratégias. Segundo a Hyper Island, o “músculo da criatividade” funciona como qualquer outro – é algo a ser treinado diariamente, para desenvolver resiliência, força e uma importante memória muscular.
As empresas nada mais são do que as pessoas que fazem parte dela, por isso, o capital humano deve ser priorizado. Quando têm um ambiente propício, as pessoas criativas mostram que são mais felizes, mais confiantes, mais produtivas, entregam mais resultados, tomam melhores decisões, resolvem melhor os problemas do dia a dia e contribuem diretamente para uma cultura mais aberta e colaborativa.
Em estudo da PwC em 2017, 77% dos CEOs consultados relataram que tinham dificuldades em encontrar as habilidades de criatividade e inovação que buscavam em suas empresas. Em 2019, quando o LinkedIn entrevistou líderes de grandes organizações para mapear quais eram as competências mais esperadas, a criatividade foi a primeira a aparecer. Desde então, o LinkedIn a rotulou como a competência mais importante do mundo.
Em um relatório de 2020 intitulado Futuro dos Empregos, o Fórum Económico Mundial enumerou as 15 principais habilidades necessárias para se ter sucesso na Quarta Revolução Industrial. Criatividade e inovação estão relacionadas com quatro das cinco principais competências.
Com um mundo cada vez mais globalizado e conectado, a criatividade é um dom muito valioso. Em empresas com processos pouco dinâmicos e atividades repetitivas, as pessoas acabam recebendo poucos estímulos para a imaginação. Com isso, muitas vezes, a criatividade acaba ficando de lado e a qualidade das entregas, das decisões tomadas e dos resultados gerados fica prejudicada.
Então, é preciso planejar estratégias para fomentar um espaço de trabalho rico em ideias e trocas. É fundamental que as organizações invistam em um ambiente colaborativo e criativo. Esse espaço não precisa ser necessariamente físico, mas é necessário abrir portas para que as pessoas possam se conectar, interagir e compartilhar ideias.
Além disso, é preciso definir o caminho pelo qual uma ideia vai passar até ser aprovada ou implantada. Todos os colaboradores precisam saber desse processo, a fim de que sejam livres para pensar em ideias e saibam o que fazer com elas. Também é imprescindível investir nos colaboradores e reconhecer seus esforços. As lideranças devem estar atentas a esse aspecto para que possam agir como guias e incentivadores. Caso contrário, as pessoas não se sentirão livres para criar.
Como despertar a criatividade no ambiente de trabalho?
O trabalho representa apenas uma parte da vida dos colaboradores. Portanto, aliar o trabalho à prática de um novo hobby, por exemplo, investir em autoconhecimento e ter tempo livre longe das telas são atividades excelentes para fomentar a criatividade. Mas também é importante pensar e executar ações dentro da organização.
Incentivar uma cultura voltada para inovação envolve ter rituais para que os colaboradores possam dar sugestões e feedbacks sobre projetos. É válido desenhar políticas e programas estruturados para que as pessoas possam gerar novas ideias.
Uma outra boa dica é promover eventos internos como hackathons ou ideathons, que são imersões para que os funcionários possam desenvolver soluções para desafios internos em um curto espaço de tempo. Outra questão importante é criar agendas em que os gestores possam se concentrar na conexão com o time, e assim aumentar a confiança e o engajamento de todos.
As companhias também podem criar programas de gestão de ideias ou de intraempreendedorismo para que os colaboradores possam dedicar horas específicas apenas para desenvolver novos projetos e, assim, conciliar a prática de inovação com a rotina de trabalho habitual. Caso não haja recursos para desenvolver algo muito robusto como um programa, as lideranças podem promover workshops de criatividade, para que as equipes tenham novas experiências e adotem isso no dia a dia.
Outra boa prática é adotar rituais ou cerimônias que aconteçam de maneira periódica para estimular a criatividade dos profissionais, por exemplo, momentos de integração, como happy hour ou retiros focados na conexão real entre as pessoas. Também vale pensar em estratégias de team building, que são atividades com foco em melhorar as relações sociais, muitas vezes envolvendo tarefas em grupo. Esse pode ser o caminho para que os colaboradores se conectem de outras formas e em ambientes diferentes.
* Karolyna Borges é sócia, Chefe de Conhecimento e Líder do Jornadas, da Creative Pack.
Fonte: Administradores.com