Apostar na governança clínica traz benefícios para clientes, gestores e profissionais de saúde.
Entre as principais, vale mencionar:
• Melhor experiência do usuário: o constante aprimoramento da assistência a partir de interesses dos pacientes permite a melhoria de sua percepção sobre os serviços prestados – e, por consequência, a fidelização de clientes
• Humanização do atendimento: se o paciente está no centro da estratégia, os colaboradores se esforçam para fazer com que ele se sinta bem, dedicando sua atenção ao acolhimento e satisfação das necessidades das pessoas assistidas na unidade de saúde
• Adaptação de processos: locais que valorizam o feedback dos colaboradores incentivam a identificação rápida de problemas, possibilitando que sejam corrigidos. Fluxos de trabalho podem ser adaptados rapidamente, diminuindo prejuízos
• Redução do desperdício: o controle das dinâmicas dá visibilidade a anormalidades e gastos além do necessário. Não falo somente de materiais para os atendimentos, mas também de tempo gasto em reuniões ou para refazer tarefas, por exemplo. Às vezes, daria para aproveitar melhor esses momentos se os funcionários recebessem mais treinamento
• Maior confiabilidade: fatores como transparência e responsabilidade dão base à construção de relações de confiança entre os profissionais do hospital, além de divulgar uma imagem institucional positiva
• Comunicação efetiva: clareza e espaço para observações de todos os stakeholders tornam a comunicação mais assertiva e orientada a resultados. Isso porque o propósito não será punir um empregado ou equipe, e, sim, fazer as adequações necessárias para o sucesso da assistência em saúde.
A seguir, explico como colocar isso em prática.
Como aplicar a governança clínica na saúde
Comentei acima as sete dimensões da governança clínica, que devem nortear as ações dentro do hospital.
Cada uma delas pode ser incorporada aos poucos, por meio de pequenos passos que integram o seu planejamento estratégico.
Agora, trago dicas práticas para ajudar na implementação desse modelo de gestão hospitalar.
1. Faça o diagnóstico da situação atual
Comece fazendo um levantamento sobre as formas e metodologias de gestão adotadas na sua unidade de saúde.
A ideia é compreender quais processos atendem às diretrizes, quais precisam de correção e quais ainda não foram implementados.
2. Envolva a equipe médica
Como estamos falando de governança clínica, a participação dos médicos é indispensável, desde o planejamento.
Deixe claro que a proposta é buscar pela melhoria contínua e apresente o diagnóstico inicial para que sua equipe possa trazer pontos de melhoria.
3. Trace objetivos e metas
Uma vez que saiba o que precisa mudar, é hora de propor as mudanças no formato de objetivos.
Ou seja, definir claramente o estado desejado e o prazo para chegar lá.
Em seguida, divida o objetivo maior nem pequenas metas a serem atingidas em prazos curtos, conferindo tangibilidade e permitindo que os resultados sejam medidos com frequência.
4. Estabeleça indicadores de desempenho
A mensuração dos resultados pede indicadores de desempenho, a exemplo do retorno sobre investimento (ROI), faturamento e taxa de permanência no hospital.
Os índices devem ser estabelecidos junto ao planejamento, a partir de cada objetivo e meta.
5. Peça feedback
Caixas de sugestões, pesquisas de satisfação, ouvidoria.
Essas são algumas ferramentas para a coleta de feedbacks sobre os serviços prestados, que são importantes para atender às expectativas do público interno e externo.
Procure enxergar as sugestões ou mesmo reclamações como oportunidades de melhoria, extraindo ideias para impulsionar sua estratégia.
Telemedicina em apoio à governança clínica
A governança clínica exige a organização de dados do hospital e dos pacientes.
Centralizar essas informações auxilia os gestores, uma vez que facilita a localização de eventos e o cruzamento de dados para avaliações.
E a tecnologia é uma forte aliada nessa tarefa.
Um exemplo é o uso do prontuário digital, que reúne os documentos do histórico do paciente e dispensa sua guarda em papel.
Assim, as informações ficam preservadas da deterioração pelo tempo ou da perda.