Sabemos que personalidade, posição na hierarquia e outras características são fatores importantes para determinar o nível de descortesia que a pessoa sofre ou gera em determinado ambiente. Colaboradores responsáveis e gentis se comportam melhor do que seus pares menos confiáveis. Entretanto, o relacionamento entre dois colegas é tão importante quanto as características pessoais de cada um deles.
Mesmo que um colaborador seja grosseiro com muitas pessoas e outro seja tratado sem respeito por outras, ainda há algo em seus relacionamentos diretos com determinados colegas que explica como eles se dão bem.
Em outras palavras, certos pares tendem a lutar com a falta de civilidade acima e além do nível que seria de se esperar com base em suas tendências gerais. Alguns relacionamentos têm uma dinâmica competitiva, por exemplo, enquanto outros são caracterizados pela inveja. Assim, para evitar a grosseria no local de trabalho, os gestores devem se concentrar na promoção de relações corteses entre os membros da equipe.
E quanto às normas de trabalho da empresa? Embora o comportamento rude e a falta de civilidade violem as regras de relacionamento interpessoais e organizacionais em geral, ambientes de trabalho diferentes têm culturas e normas diferentes quanto ao tipo de comportamento apropriado ou não.
Em estudos de acompanhamento e observações durante trabalhos de consultoria, os autores chegaram a três recomendações principais sobre como as empresas podem enfrentar a grosseria com efetividade:
1) Desenvolver fortes expectativas compartilhadas de como as pessoas devem se comportar
Os gestores têm um papel importante na criação de normas organizacionais em diversas áreas profissionais, sendo exemplos positivos com seu próprio comportamento. Não é surpresa, portanto, que eles também possam definir assim o tom civilizado geral. Essa abordagem estabelece uma norma descritiva. Os colaboradores veem em primeira mão como os líderes realmente se comportam e agem em conformidade.
2) Fornecer treinamento específico
Como a grosseria, em última instância, deriva dos relacionamentos, a recomendação é que se realize um treinamento específico contra o desrespeito para beneficiar os colaboradores que vivem dinâmicas disfuncionais.
3) Incentivar a gratidão e o respeito
Uma sugestão final é que os gestores cultivem a gratidão e o respeito. Nossa pesquisa anterior mostra que os colaboradores que passam alguns minutos por dia escrevendo sobre pessoas, eventos e coisas pelas quais são gratos são menos rudes com os colegas.
Um modo de juntar essas duas ações é criando expressões de gratidão no dia a dia da equipe. Por exemplo, comece as reuniões pedindo a cada um que compartilhe algo pelo qual é grato, crie um canal para que os colaboradores reconheçam o trabalho dos outros ou incentive-os a enviar um curto e-mail de agradecimento a alguém da equipe de tempos em tempos.
Pesquisas sugerem que pequenas, mas frequentes demonstrações de gratidão como essas podem evoluir muito rapidamente para normas de gratidão. E os líderes desempenham um papel importantíssimo no desenvolvimento e na promoção dessas normas, ou seja, quando eles se envolvem publicamente nesse tipo de atividade e pedem a outros que façam o mesmo, expressar gratidão e apreço pode se transformar, depressa, em comportamento prescrito.
Uma vez que a gratidão é a norma, ela não parecerá uma obrigação. Será apenas “a maneira como fazemos as coisas por aqui” – e a maneira como as coisas devem ser feitas. Quando a norma é desenvolver pessoas, é menos provável que os colaboradores se agridam verbalmente.
Ao encorajar relacionamentos respeitosos e ao estabelecer e comunicar expectativas claras, os gestores podem ajudar a impedir que o desrespeito crie raízes e fomentar a gentileza como parte do novo normal no trabalho.
Fonte: Administradores