Está ficando para trás o tempo em que o maior problema das festas de fim de ano nas empresas era ter verba, fazer algo diferente e agradar à maioria.
Desde o início da pandemia, a preocupação com a saúde física e mental dos colaboradores tem norteado boa parte das iniciativas corporativas, especialmente as que envolvem a possibilidade de contato presencial.
Se por um lado o distanciamento social reduz o risco de contaminação pelo coronavírus, por outro, já sabemos que eliminar por completo as interações “de carne e osso” abala o bem-estar e a qualidade de vida.
“A equação é complexa e precisa estar no radar das companhias. À beira de encerrar 2022, o aumento do número de casos, internações e mortes só mostra que o desafio persiste, mesmo que de forma muito mais branda do que no passado”, explica o diretor-geral da América do Sul da empresa de consultoria Robert Half, Fernando Mantovani.
Para ele, seguir os protocolos sanitários e evitar a propagação da Covid-19 continua sendo essencial e sinônimo de cuidado com os funcionários e a sociedade como um todo. Assim como o modelo de trabalho híbrido se instalou a partir dessa realidade, as confraternizações também vêm sendo repensadas e adaptadas em nome de um bem maior, a vida e a saúde das pessoas.
É importante festejar com responsabilidade
Em dezembro de 2021, quando a pandemia caminhava para quase dois anos de duração, a Robert Half realizou uma pesquisa sobre as comemorações de fim de ano em sua página do LinkedIn.
Entre os 5,4 mil profissionais que foram ouvidos, 53% desejavam uma comemoração fora do escritório, 30% davam preferência a uma ação de caridade, 11% queriam uma celebração virtual e 6% gostariam de se reunir dentro da empresa.
“Chamou minha atenção, à época, como era importante para as pessoas voltar à normalidade, já que apenas uma minoria optou por uma ação on-line. A festa “da firma”, sem dúvida, é um símbolo do que os funcionários consideram uma conclusão de ano normal” explica Mantovani.
Ele acrescenta que, até para quem é avesso a esse tipo de iniciativa ou não trabalha na empresa (parceiros comerciais e familiares dos colaboradores), a festa é um indicador de que está tudo dentro dos eixos.
“Por isso mesmo, acredito que realizar a última confraternização corporativa do ano, com criatividade e segurança, seja fundamental. Além de uma tradição já esperada, a celebração aproxima e valoriza os times e suas conquistas. Ela também marca o final de um ciclo de trabalho e o início de outro, e funciona como um agradecimento à dedicação de todos”, esclarece o diretor-geral.
Fernando indica que, o ponto de partida para chegar a uma solução bem-sucedida é mapear o clima do quadro funcional, para confirmar se a maioria quer realmente algum tipo de ação de fim de ano. A partir daí, o próximo passo é sondar as expectativas em relação ao formato, dentro de um leque de alternativas que sejam compatíveis com o momento atual da pandemia.?
Foco no dia seguinte ainda é regra de ouro
No dia da festa, vale lembrar de que se trata de um evento corporativo e não uma balada com amigos ou familiares. Por mais animados (ou desanimados) que estejamos, é necessário manter o profissionalismo. A dica, segundo o diretor-geral, para se manter na linha, é pensar que no dia seguinte ainda seremos funcionário, colega, chefe na empresa.
Na prática, isso quer dizer adotar alguns cuidados para garantir a diversão sem perder a reputação:
• Participe – abrir mão de participar da comemoração de final de ano é totalmente desaconselhável, pois contradiz a ideia de espírito de equipe;
• Use trajes adequados – informar-se sobre o tipo de roupa esperado é uma boa medida para não destoar da proposta da celebração e ficar desconfortável;
• Seja responsável – dar indiretas, fazer pegadinhas e paquerar são atitudes a serem evitadas. É fácil cometer um erro nesses tipos de abordagem e gerar um problema maior;
• Desacelere nas redes sociais – antes de publicar uma foto ou comentário que envolva outros colegas, confira se eles aceitam a exposição. Também é importante respeitar a política da empresa sobre o assunto.
“A celebração de fim de ano também é uma excelente oportunidade para investir no networking. Colocar o papo em dia com conhecidos e iniciar conversas com colegas desconhecidos ajuda a abrir novos horizontes profissionais e pode render bons frutos no longo prazo”, finaliza Mantovani.
Fonte: Contábeis