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Como tratar casos de desligamento de funcionário com assertividade?

Desligamento de funcionário: Como ser assertivo nesta decisão?

Realizar desligamento de funcionário não é uma situação onde as partes envolvidas desejam estar na maioria dos casos. O tema é delicado e, a maioria dos profissionais preferia não passar por um processo de demissão ou demitir alguém. No entanto, além de necessário em muitos casos, o desligamento precisa ser feito da maneira adequada para não trazer consequências negativas para organização e colaboradores.

Rescindir um contrato de trabalho envolve diversas questões relevantes em todas as etapas do processo. Questões legais como prazos de pagamento e outros direitos, por exemplo, requerem atenção redobrada do profissional.

Por isso, é importante não apenas falar no assunto como também encontrar a melhor forma de tratá-lo quando for preciso. Além do mais, lidar com rescisão contratual exige cautela e principalmente segurança.

Neste conteúdo você vai aprender como cuidar de casos envolvendo desligamento de funcionário na sua empresa de maneira assertiva. 

Importância do processo de desligamento do funcionário

O offboarding ou procedimento de desligamento de funcionário pode ser uma situação bastante incômoda. É comum encontrar profissionais que não se sentem bem ao fazê-lo. É algo totalmente compreensível.

Diversos pontos estão em jogo ao submeter um colaborador ao desligamento da empresa. Afinal, é daquele lugar que provém o seu sustento e muitas vezes até de sua família. Há outras questões emocionais e psicológicas, como a sensação de impotência e fracasso.

Estes sentimentos não pertencem apenas ao trabalhador desligado, mas também a quem está desligando. Por isso é preciso cuidado na hora de conduzir o processo para não haver transtornos e desgastes emocionais desnecessários. 

É necessário aprender como desligar um funcionário da empresa de forma assertiva e adequada para evitar consequências negativas. Um colaborador que não se sentir acolhido no momento do desligamento, pode se tornar um detrator da empresa, o que dificulta a atração de novos talentos. 

Além do mais, a organização não vai querer proporcionar uma experiência traumática para quem de alguma forma já contribuiu com a sua construção. 

Dicas para fazer um desligamento assertivo

Para evitar situações desagradáveis na hora de realizar o desligamento de funcionário, confira as dicas dos próximos tópicos: 

Prepare os líderes

O desligamento de funcionário é responsabilidade da gestão direta do trabalhador que terá sua dispensa comunicada. Muitos líderes não sabem como proceder diante do cenário, até porque alguns nunca o fizeram. 

O gestor deve se preparar para esse momento independente do que tenha motivado a demissão. A liderança deverá não apenas comunicar sobre o término do contrato como também seguir com os esclarecimentos pertinentes. É crucial que tudo seja feito de forma sincera e objetiva do começo ao fim, mesmo quando os questionamentos chegarem.

Decisão Final

A comunicação da dispensa deve ser realizada apenas com a aprovação dos envolvidos. Em organizações de grande porte e multinacionais, por exemplo, o procedimento de desligamento passa por várias etapas. O gestor solicitante envia as informações para o RH local, que, por sua vez, direciona os casos para o RH estratégico.

Todos os pontos e riscos são avaliados até chegar na decisão final. Companhias de alta performance geralmente envolvem o médico do trabalho para avaliar as condições de saúde do colaborador. Com isso, é possível evitar ações trabalhistas no futuro por motivos relacionados a doenças adquiridas no trabalho e a demissão de gestantes.

Por isso, cabe muita atenção nesta etapa. É interessante observar todo o cenário e entender se não há possibilidades de uma nova chance para o trabalhador. Vale a pena entender se o desligamento na empresa é a única saída restante.

Preparação do colaborador

Uma situação difícil como o desligamento de funcionário pode ser amenizada ainda que pareça impossível. O ideal é que haja a preparação do colaborador para que a rescisão do seu contrato não seja nada inesperado. 

O gestor deve alertá-lo quanto à sua performance oferecendo-lhe novas oportunidades para evoluir. Antes de tomar a decisão final de desligar o colaborador, é preciso que o mesmo tenha clareza sobre as expectativas as quais não está correspondendo. E, principalmente, que caso ele não consiga solucionar essas questões, pode não ser mais compatível com as necessidades da organização. 

Documentação necessária

Antes de efetivar o desligamento do funcionário é importante ter em mãos toda a documentação necessária como base. Sem esse cuidado prévio a própria empresa fornece oportunidades ao colaborador para uma ação trabalhista num futuro breve.

Rescisão

A pessoa trabalhadora jamais deverá deixar as dependências sem que suas pendências sejam resolvidas. Equipamentos como notebook, celular e chaves; último salário do colaborador e se o aviso prévio (quando for o caso) será trabalhado ou indenizado.

Proteção da empresa

Por mais que a relação com o colaborador seja de confiança, não se deve deixar acessível dados internos da organização. Afinal de contas, caso não seja um desejo do mesmo ser desligado, ele ficará insatisfeito com a situação. Isso pode levá-lo a agir de forma negativa contra a empresa. Essa observação é válida especialmente para os casos onde o funcionário não acredita que pode vir a ser desligado de fato.

Nesse caso, é recomendado proteger conteúdos sensíveis ao ambiente externo. Fazer backups dos arquivos das máquinas é uma boa saída, além de impedir o uso do computador para expor informações sigilosas.

Faça a entrevista demissional

Infelizmente, essa ainda é uma etapa muito negligenciada pelos RHs das empresas quando deveria ser tratada como prioridade. A entrevista de desligamento é uma excelente oportunidade para o setor falar mais sobre os motivos que levaram ao desligamento do funcionário. 

Além disso, é o momento ideal para saber das percepções do colaborador a respeito da empresa. Um desligamento humanizado terá um impacto positivo na percepção do colaborador sobre a instituição, o que fortalece a imagem da empresa perante o mercado.

Investir tempo para a entrevista demissional ajuda na otimização de processos internos da empresa. Com as informações coletadas pelos profissionais de RH é possível aprimorar as ações de employer branding e fortalecer a cultura da sua organização. Dessa forma, a organização se torna um local atrativo para novos talentos.

Não terceirize esta tarefa

Acredite: até mesmo os profissionais acostumados há muito tempo com demandas de desligamentos da empresa sentem dificuldade quando surge uma nova. O medo de fazer algo errado permanecerá, mas não é motivo para que a tarefa seja remanejada para outras pessoas.

Apesar da comunicação da rescisão ser feita pelo gestor direto do colaborador, o processo de desligamento do funcionário é conduzido pelo RH. Já que não há outra alternativa, a solução é trocar experiências com quem lida melhor com a situação do que você.

Mesmo com diversas funcionalidades e facilidades que a tecnologia oferece, siga o processo de forma humanizada e responsável. É antiético e desumano realizar uma demissão através de e-mail e mensagens de texto. Com a pandemia, algumas empresas de fato utilizaram chamadas de vídeo por WhatsApp, mas com algumas ressalvas.

No fim, o importante é realizar a difícil missão de desligar um colaborador de forma transparente, ética e empática, assim como deve ser toda a atuação de um RH comprometido.

Fonte: MundoRH

https://www.mundorh.com.br/como-tratar-casos-de-desligamento-de-funcionario-com-assertividade/